segunda-feira, 15 de março de 2010

envelhecer


Envelhecer.
O corpo e a mente lentamente evoluem num processo decrescente,
e por mais que o espírito mantenha-se ativo e jovem,
sente-se o peso das coisas em que o corpo já não responde mais como antes.
Os cabelos ficam brancos, a pele perde o viço , os músculos perdem força e rigidez.
Perdas. Naturais mas dolorosas.
Há ganhos. Experiência, sabedoria, tolerância,
acompanhar a história de filhos e netos, vibrar com suas conquistas
e ofertar colo e orientação nas horas difíceis.
Agora invertem-se os papéis.
É chegada a hora em que os filhos tornam-se pais dos pais.
E será preciso muito afeto, compreensão e paciência
para lidar o melhor possível com essa nova fase.
Aos filhos, a dedicação e tolerância para com as dificuldades da idade,
a lentidão, as idas frequentes aos médicos,
o entendimento de que será necessário retribuir amorosamente
tudo aquilo que receberam quando bebês e crianças,
em termos de tempo, esforço e paciencia.
Aos pais a compreensão de que os filhos lutam as lutas diárias,
de trabalho e sobrevivencia, de cuidados e preocupações com seus filhos.
E, ao casal que teve seu casamento salvo dos desgastes de décadas,
a força e o amor que possibilitem compartilhar das dores, dos medos, das perdas.
A mansidão de alma a tornar a vida mais leve.

Inevitavelmente a vida trará momentos de extrema dor,
que vai demandar uma capacidade maior de enfrentamento e superação.
Enquanto esse momento não chega,
a gente precisa aprender a viver com alegria, com prazer,
privilegiando os espaços em que os afetos possam ser vivenciados,
o trabalho possa trazer a gratificação de se saber útil
e as oportunidades de realizar sonhos possam ser agarradas com fé.

Um comentário:

Unknown disse...

Belíssimo texto! Que sirva de guia na prática do dia-a-dia.
Parabéns! Te quero muito bem.
Bjos
Cleide